"Comando das Criaturas": A Nova e Sombria Aposta de James Gunn no Universo DC



James Gunn sempre foi mestre em transformar desajustados em protagonistas inesquecíveis. Seja com os carismáticos Guardiões da Galáxia, no MCU, ou com os disfuncionais membros do Esquadrão Suicida, no Universo DC, suas histórias equilibram humor, ação e emoção. Agora, com a série animada Comando das Criaturas, Gunn traz elementos familiares, mas mergulha em algo mais sombrio e profundamente introspectivo.

Sim, a fórmula "desajustados em missão impossível" está de volta. De um lado, temos os Guardiões da Galáxia, liderados por Peter Quill, cuja jornada é embalada por trilhas nostálgicas e uma vibe otimista. Do outro, há a Força-Tarefa X de O Esquadrão Suicida, um grupo de criminosos cujas missões frequentemente terminam em caos e carnificina. Em Comando das Criaturas, no entanto, a aposta é ainda maior: monstros de verdade ocupam o centro da narrativa.

Enquanto personagens como Rocket Racoon e Groot se misturam no contexto alienígena de Guardiões, os membros da Força-Tarefa M vivem uma realidade muito mais crua. Nina Mazursky e Doutor Fósforo não podem sequer caminhar entre humanos sem serem vistos como aberrações. Não há perspectiva de uma vida normal para eles, o que torna suas motivações mais trágicas e suas histórias profundamente tocantes.

Amanda Waller, mais uma vez, está no comando. Contudo, em vez das promessas de liberdade ou de melhores condições oferecidas aos membros do Esquadrão Suicida, aqui ela simplesmente usa choques elétricos para garantir a obediência dos monstros. Waller não dá a eles nem mesmo a ilusão de esperança, subestimando sua capacidade de resistir.

Esse tom sombrio é onde Comando das Criaturas realmente brilha. A série abandona batalhas espaciais grandiosas e sarcasmos frenéticos para explorar temas como rejeição, conexão e humanidade. Os monstros de Gunn talvez não tenham as piadas afiadas de Rocket ou o carisma caótico de Arlequina, mas suas lutas para encontrar propósito em um mundo que os rejeita são comoventes.

Outro ponto de destaque é a trilha sonora. Composta majoritariamente pela banda multiétnica de gypsy punk Gogol Bordello, a música complementa perfeitamente o tom visceral da série. Além disso, a icônica "Coin-Operated Boy", do duo de Boston The Dresden Dolls, ganha uma menção honrosa como uma obra-prima que enriquece a experiência.

Comando das Criaturas já está disponível no Max. Prepare-se para uma história mais visceral, reflexiva e, talvez, mais humana do que qualquer outro trabalho de James Gunn.



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