É sempre uma experiência gratificante quando alguém recomenda um quadrinho e, ao conferir, a história se mostra envolvente. Foi exatamente isso que aconteceu comigo ao ler os volumes 1 e 2 de Titãs, indicação recebida no grupo de WhatsApp dos amigos da Banca do Fernando (Mefisto’s Comic Shop).
Durante a saga Crise Sombria, a Liga da Justiça foi derrotada deixando a Terra sem seus maiores defensores. Esse vácuo de poder abriu caminho para os Titãs assumirem o papel de principal equipe heroica do universo DC.
Nos últimos anos, Dick Grayson, o Asa Noturna, tem sido cada vez mais retratado como o sucessor espiritual do Batman e uma das figuras centrais da editora. A escolha dos Titãs como a equipe de destaque reforça esse protagonismo, consolidando Grayson como líder da nova geração de heróis.
Com a Liga da Justiça fora de cena, os Titãs passaram a atuar de forma mais ativa, chegando até mesmo a estabelecer uma base na Torre Titã, em Blüdhaven — cidade protegida por Asa Noturna. Essa mudança sinaliza a intenção da DC em desenvolver ainda mais esse grupo e consolidá-lo como a nova linha de frente dos heróis.
A trama começa envolta em mistério: um dos membros dos Titãs está morrendo. Enquanto isso, Asa Noturna trabalha para reunir a equipe que pretende substituir a Liga da Justiça. No entanto, Tempest (chato) se recusa a integrar o grupo, alegando que fará parte de outro projeto, o qual, segundo ele, tem chances reais de transformar o mundo — algo que os Titãs jamais conseguiram.
A partir desse ponto, os Titãs embarcam em uma jornada repleta de desafios. Unindo forças para evitar um desastre ambiental, eles também enfrentam o ressurgimento da Igreja do Sangue, agora reformulada como Igreja da Eternidade. Conhecendo bem os verdadeiros interesses dessa organização, a equipe decide investigar sua nova ascensão. Durante essa missão, os heróis descobrem um misterioso meteoro, cujo impacto trará consequências galácticas.
Esse primeiro arco é marcado por ação intensa e estabelece o tom do que está por vir. Além dos conflitos, a narrativa também desenvolve o forte romance entre Mutano e Ravena. Paralelamente, Amanda Waller tenta recrutar os Titãs para trabalhar sob sua jurisdição, mas Dick Grayson recusa a oferta, pois não deseja que sua equipe sirva aos interesses do governo.
Os eventos desse arco reverberam diretamente no volume 2, O Mundo das Feras. Durante um conflito intergaláctico, grande parte da população é transformada em criaturas selvagens e mortais. Movida por ambição política e sede de poder, Amanda Waller coloca em prática um plano maquiavélico contra os Titãs. Convencida de que a segurança do planeta não pode estar nas mãos de jovens heróis, ela manipula o governo e, com o apoio do Pacificador, dá início a uma operação traiçoeira para consolidar sua influência.
Opinião
Gostei bastante desse novo começo dos Titãs. É uma revista perfeita? Não, está longe disso. Ainda assim, a história é envolvente e deixa um gancho interessante para a próxima edição. Algumas resoluções são um tanto simplórias, e certas tramas promissoras acabam ficando pelo caminho, mas, no geral, a leitura foi divertida.
Dick Grayson tem se consolidado como um dos grandes personagens da DC e lidera a equipe com maestria. Os demais membros cumprem bem seus papéis, tornando a dinâmica do grupo cativante. No fim das contas, este é um autêntico quadrinho de super-herói: trama simples, muita ação, combates intensos e um plot twist previsível, mas que não compromete a diversão.
Agora é esperar para ver o que vem a seguir, pois o gancho deixado nesta edição me deixou ansioso pelo que está por vir.
A série Titãs é escrita por Tom Taylor e conta com a arte de Nicola Scott, Ivan Reis, Travis Moore e Lucas Meyer.
Grande abraço e até a próxima!