Homem-Aranha por Joe Kelly: Um novo (e promissor) recomeço para o Amigão da Vizinhança

 


Um recomeço cheio de humor, mistério e teias

Parece que a vida de Peter Parker entrou novamente naquele ciclo familiar: novo começo, novos problemas… e claro, nenhuma estabilidade financeira à vista. Em Homem-Aranha v7 #1 a #5, a nova fase escrita por Joe Kelly marca mais uma tentativa de equilíbrio entre a rotina do herói mascarado e a dura realidade de ser um nova-iorquino comum.


Um herói sem emprego (de novo)

Logo nas primeiras páginas, acompanhamos Peter tentando arranjar emprego – e falhando, repetidamente. Até que um velho amigo dos tempos de colégio, Brian Nehring, consegue para ele uma entrevista na Rand Enterprises. Parece que, finalmente, as coisas vão entrar nos eixos. Mas estamos falando do Homem-Aranha, então é claro que o caos não demora a aparecer.

Durante seu primeiro dia de trabalho, a cidade é atacada pelo Rino, em um de seus surtos mais violentos. Peter precisa vestir o traje e impedir que o vilão transforme Nova York em um campo de ruínas. No meio da batalha, algo inesperado acontece: o Rino sofre um ataque cardíaco. O que parece apenas um infortúnio logo se revela parte de uma trama bem mais complexa, envolvendo outro vilão marcante do universo aracnídeo e o surgimento de uma nova e misteriosa figura chamada Hellgate.


A arte que faz tudo funcionar

Mas o que realmente faz essa nova fase valer a pena? Para começo de conversa, a arte é um espetáculo à parte. O espanhol Pepe Larraz, um dos artistas mais celebrados da Marvel atual, entrega páginas que parecem respirar movimento. Seu traço limpo, preciso e dinâmico dá ritmo à história e realça cada emoção de Peter. Dividindo o título com ele, o veterano John Romita Jr. — amado por uns, odiado por outros — traz aquele toque clássico que lembra os bons tempos das HQs do Aranha.

Destaque: A combinação de estilos entre Larraz e Romita Jr. é um dos pontos altos da revista. Um verdadeiro encontro entre gerações do Aranha.


Joe Kelly entende o que é ser o Peter Parker

Já o roteiro de Joe Kelly acerta em cheio no tom. Ele combina o humor característico do herói com momentos de melancolia e reflexão, sem cair no drama exagerado. Peter continua sendo o azarado de sempre, mas aqui há leveza, humanidade e até um certo otimismo nas entrelinhas. Kelly também faz um ótimo trabalho ao equilibrar vilões clássicos e contemporâneos, criando um universo coerente e cheio de personalidade.
 

Vale a pena?

Definitivamente. Homem-Aranha v7 entrega uma história divertida, com um ótimo equilíbrio entre arte e roteiro, e ainda deixa um gostinho de “quero mais” com o enigmático Hellgate pairando sobre o horizonte de Nova York.

Se você é fã do Aranha — ou apenas sente falta de boas HQs de super-heróis com alma —, essa é uma leitura que vale o seu tempo.


Nota final:
A nova fase do Amigão da Vizinhança é um lembrete de por que Peter Parker continua sendo um dos personagens mais cativantes da cultura pop: ele falha, tropeça, se levanta — e ainda arranja tempo para fazer piada no meio do caos.

Até a próxima, e cuidado com as teias!

 


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